Quando nascemos os ossos do crânio não estão totalmente fechados porque nosso cérebro ainda está se desenvolvendo. No caso de uma criança com microcefalia, esse fechamento ocorre cedo demais, até mesmo antes do nascimento, o que impede o desenvolvimento cerebral. O diagnóstico da doença pode ser feito durante o pré-natal e confirmado logo depois do nascimento da criança, medindo a cabeça do bebê. Uma tomografia computadorizada pode ajudar a medir a gravidade da microcefalia e as consequências que ela trará para o desenvolvimento da criança.
As crianças com microcefalia têm a cabeça e o cérebro menores do que o normal para a idade. Isso influencia diretamente no desenvolvimento mental dela. A doença não tem cura e pode exigir cuidados especiais por toda a vida – a pessoa pode precisar de ajuda para comer, se movimentar e fazer todas as suas necessidades.
O cérebro precisa de espaço para de desenvolver, mas se o crânio não permite o crescimento do órgão por ser pequeno demais, as funções cerebrais ficam comprometidas e afetam o corpo todo. Existem dois tipos de microcefalia: a primária, quando os ossos do crânio se fecham durante os primeiros sete meses de gravidez – e que traz mais complicações ao longo da vida – e a secundária, que é quando os ossos se fecham nos últimos dois meses da gestação ou após o nascimento.
O que acontece com uma criança com microcefalia?
Entre as consequências que a microcefalia pode trazer para a vida da criança estão atraso mental, paralisia, epilepsia, rigidez muscular, convulsões e até autismo. Não existe um tratamento específico, mas algumas medidas podem reduzir os sintomas da doença. A fisioterapia, por exemplo, ajuda no desenvolvimento e previne problemas respiratórios e úlceras que surgem quando a pessoa fica muito tempo em uma cadeira de rodas ou acamada.
Outra possibilidade de tratamento é fazer uma cirurgia que separa um pouco os ossos do crânio. A operação deve ser feita nos dois primeiros meses de vida para tentar evitar a compressão do cérebro e estimular seu crescimento. Também deve ser preciso fazer uso de remédios para diminuir os espasmos musculares.
O que causa a microcefalia?
A microcefalia pode ser causada por doenças infecciosas, por questões genéticas, por desnutrição ou por exposição a alguma substância tóxica. Além do tão falado Zica Vírus, vários outros fatores podem levar à microcefalia, tais como o consumo de drogas (inclusive cigarro e álcool) durante a gravidez, contato com mercúrio ou cobre, doenças metabólicas da mãe, uso de remédios para tratamento de hepatite, epilepsia ou câncer durante a gestação , síndrome de Rett, meningite, HIV, exposição à radiação e infecção por rubéola, toxoplasmose ou citomegalovírus enquanto a mulher está esperando o bebê. Existe suspeita de que a dengue e a febre chikungunya também tenham ligação com a microcefalia.